quarta-feira, 21 de março de 2012

PISO DO MAGISTÉRIO

Após tumultuada sessão na assembleia legislativa (parabéns Olívio), o governo gaúcho conseguiu seu intento: aprovar o aumento dos professores abaixo do dito piso salarial nacional estipulado pelo governo federal.  O pagamento do total do valor aprovado de R$ 1.260,00 (abaixo do piso - hoje de R$ 1.410,00) será pago somente no final do governo, em 2014.
A atual política do governo Tarso pouco lembra os discursos petistas de 10-20 anos atrás.  Aqueles que nos inflamavam, que nos faziam sair na rua, para fazer bandeiraçoes nas esquinas - de graça - pelo simples ideal da possibilidade de um governo popular assumir.
Infelizmente, como se diz, o poder muda as pessoas e as ideias.  Sempre se falou mal do PT paulista, movido por interesses "estranhos", comandados pelos Dirceus e Genoinos (deu no que deu), mas felizmente domados por Lula, que habilmente segurou o país.  Mas o PT gaúcho (assim como os demais partidos), sempre era tido como "puro" e estruturado nos princípios partidários do início de sua criação.  O que aconteceu?
Em 2008, Tarso Genro, então ministro da educação, cria o piso nacional do magistério (lei 11738) reajustável, conforme o parágrafo único do artigo 5º, conforme " o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente", ou seja, pelo FUNDEB.  Na época, o governo Yeda (putz!) disse que não havia condições de pagar tal piso (R$ 950,00).  TODOS os deputados do PT investiram contra a "governadora", afirmando que, na realidade, não havia empenho político para tal.  Dinheiro, segundo eles, havia. Ao que parece, o discurso mudou...
Ao se eleger governador do Estado, Tarso Genro fez ressurgir - timidamente, é verdade - a esperança dos professores estaduais em receber um salário digno.  Seu discurso era o de implementar o tal "piso".  Como pode o governador mudar de opinião?  Como pode o governador assinar uma lei que ele diz não poder cumprir?  Seria a mesma coisa que alguém, em casa, prometer para seu filho: sua mesada, no próximo mês será de R$ 50 reais e, ao chegar o mês seguinte, somente conceder R$ 30 e dizer não ter condições de dar mais do que isso.  No mínimo, é frustante.  Ainda mais, em saber que o pai recebeu reajuste salarial significativo...
Bem, finalizando, posso afirmar que (in)felizmente vocês não verão mais meu carro cheio de adesivos petistas, nem em bandeiraços nas esquinas.  Estou decepcionado com a classe política.  Não acho que eles mereçam o meu voto.  Poucos políticos ainda são corretos (isto independe de partidos).  Continuo apoiando o governo Dilma e acho que Lula foi o melhor presidente que conheci.  Mas, sempre tem um mas, salvo uma mudança significativa, pretendo votar em branco nas próximas eleições, pois não sei se adianta votar no "menos pior".   A esquerda, como a imaginei, não existe mais.  A mediocridade venceu.  Os conchavos tornaram-se vitoriosos. Não se trata de assumir um papel passivo, mas sim, de um protesto velado e silencioso. Quem sabe consigamos, dessa forma, mudar um pouco o rumo das coisas em nosso país.
Por fim, mais uma vez: PARABÉNS, OLÍVIO.  Teu nariz de palhaço demonstra nossa indignação.



2 comentários:

  1. parece que tem um papo aí que o voto em branco simplesmente não é contabilizado nas eleições e o voto nulo é contabilizado. se uma eleição tiver maioria de votos nulos a eleição é anulada e é preciso organizar novas eleições com outros candidatos.
    tem como o senhor confirmar esta informação para nós professor?

    grande abraço

    joel benard

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    1. Tanto faz votar nulo ou branco. Nenhum destes votos é contabilizado desde 1997. Assim, um determinado candidato a prefeito, p. ex., pode ter apenas um voto (o seu) e ganhar a eleição, mesmo que um milhão de pessoas votarem branco/nulo. Trata-se somente de um protesto velado, mas sem qualquer implicação no resultado da eleição. Os políticos mudaram a legislação mais uma vez em seu favor... Este é nosso país...

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