quinta-feira, 14 de abril de 2011

Japão: a inconsequência do desenvolvimento a qualquer custo

Espaço mundial

O povo japonês sempre foi, para nós brasileiros, exemplo de organização, superação e desenvolvimento.  Entretanto, certos aspectos têm chamado a atenção da nação tupiniquim.  Após a terrível catástrofe provocada pelo terremoto seguido por um tsunami no dia 11 de março passado, as autoridades japonesas paulatinamente vêm apresentando diferentes concepções a respeito do desastre nuclear derivado. 

Primeiramente, o governo japonês - com um apoio velado da imprensa internacional - minimizou o fato.  No dia 14 de abril, a Agência de Segurança Nuclear do Japão elevou o "grau de seriedade" do acidente para o nível 7 - o maior nível registrado pela escala internacional - o mesmo atribuído para o acidente ocorrido em Chernobyl, há mais de 30 anos, tido como o pior desastre nuclear da história.

É interessante notar que na época de Chernobyl, a antiga URSS foi taxada de omissa pela imprensa ocidental internacional, uma vez que o acidente ocorreu em território de um país "comunista".  Lembro bem que o governo soviético demorou para agir, uma vez que, aparentemente não tinha noção da extensão do problema.  Esta demora e insegurança causaram estragos enormes e a imprensa não poupou críticas ao regime soviético e sua postura frente ao desastre.

Agora, no caso do Japão, a imprensa pouco tem criticado as atitudes do governo japonês.  Não vi nenhum programa de televisão entrevistando cientistas que tratassem da questão da construção de usinas nucleares num país situado numa área sismologicamente ativa.  Como pode um país com estas características dirigir sua matriz energética para este tipo de solução, a mais perigosa forma de energia existente?  Pior ainda: construir uma usina no litoral, numa área instável tecntonicamente e sujeita a tsunamis?

O Japão menosprezou o perigo de desastres como o que ora está ocorrendo e que ainda não se sabe ao certo suas consequências.  Além da catástrofe em si e suas repercussões locais, ela pode refetir no mundo todo.  No mínimo, as autoridades japonesas desprezaram questões básicas de segurança em prol de um desenvolvimento a qualquer cursto que levou o país até a segunda (hoje terceira e em decadência) posição dentre as mais ricas do mundo. Para que?  Para consumir mais e mais televisores, celulares etc.?

Agora, os japoneses estão ficando novamente frente a frente com o terror de Hiroshima e Nagasaki.  Só que, desta vez, a bomba foi detonada por eles mesmos...

Cada vez mais parece-me que o homem está perdendo a posição de ser mais inteligente do planeta.

Um comentário:

  1. Realmente, Fitz. Chamou muito a minha atenção este fato, o de o Japão investir nessa matriz energética já tendo sofrido com uma bomba atômica. A penúltima frase do teu "post" foi perfeita. E é uma pena...
    Abraço e parabéns mais uma vez!
    Leonardo Lemes

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